domingo, 17 de junho de 2012

Os jograis da nossa escola







Título: Histórias Sobrenaturais
Autor: Alexandre Dumas

Música: Piano trio No 2 op.100 - Andante con moto
Compositor: Franz Schubert
Intérpretes: Beaux-Arts Trio [Ensemble]
Duração: 5:40'

Jogral: Adriana Dourado




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Título: José
Autor: Carlos Drummond de Andrade

Música: Largo Tangabile
Compositor: Astor Piazzolla
Duração: 2:42'

Jogral: Luzia Gourgel




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Título: Adeus
Autor: Eugénio de Andrade

Música: Oblivion
Compositor: Astor Piazzolla
Duração: 2:31'

Jogral: Luzia Gourgel




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Título: Alma perdida
Autor: Florbela Espanca

Música: Porto Santo
Compositor: Carlos Paredes
Duração: 1:16'



Jogral: Luzia Gourgel


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Título: Poema à mãe
Autor: Eugénio de Andrade

Música: Chiquelin de Bachin
Compositor: Astor Piazzolla
Duração: 2:28'

Jogral: Luzia Gourgel




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sábado, 16 de junho de 2012

Vergílio Ferreira


“Da minha língua vê-se o mar”


Melo, Gouveia, 1916 - Lisboa, 1996

"A neve – que virá a ser um dos elementos fundamentais do seu imaginário romanesco – é o pano de fundo da infância e adolescência passadas na zona da Serra da Estrela. Aos dez anos entra no seminário do Fundão, onde esteve seis anos – Manhã Submersa será a catarse dessa estada. Licenciou-se em Filologia Clássica em Coimbra (1940). Na sua vida de professor liceal há dois momentos fundamentais: a sua estada em Évora (1945-1958) – que entrará para o nosso imaginário através de Aparição – e a sua vinda para Lisboa (1959), onde ensinou no Liceu Camões até à sua reforma."

Continuação da biografia de Vergílio Ferreira no sítio da DGLB.



Grandes Livros - Episódio 7: "Aparição", Vergílio Ferreira (1/5)



Grandes Livros - Episódio 7: "Aparição", Vergílio Ferreira (2/5)



Grandes Livros - Episódio 7: "Aparição", Vergílio Ferreira (3/5)



Grandes Livros - Episódio 7: "Aparição", Vergílio Ferreira (4/5)



Grandes Livros - Episódio 7: "Aparição", Vergílio Ferreira (5/5)







EXCERTO DA AUTOBIOGRAFIA DE VERGÍLIO FERREIRA

Vejo o meu pai, no limite da minha infância, dobrar a porta do pátio, com um baú de folha na mão. Vejo-o de lado, e sem se voltar, eu estou dentro do pátio e não há, na minha memória, ninguém mais ao pé de mim. Devo ter o olhar espantado e ofendido por ele partir. Mas alguns meses depois o corredor da casa da minha avó amontoa-se de gente, na despedida de minha mãe e da minha irmã mais velha que partiam também. Do alto dos degraus de uma sala contígua, descubro um mar de cabeças agitadas e aos gritos. Estou só ainda, na memória que me ficou. Depois, não sei como, vejo-me correndo atrás da charrete que as levava. O cavalo corria mais do que eu e a poeira que se ia erguendo tornava ainda a distância maior. Minha mãe dizia-me adeus de dentro da charrete e cada vez de mais longe. Até que deixei de correr. Dessa vez houve choro pela noite adiante - tia Quina contava, conta ainda. Mas não conta de choro algum dos meus dois irmãos que ficavam também. Deve-me ter vibrado pela vida fora esse choro que não lembro. É dos livros, suponho. Depois a infância recomeçou. Três irmãos, duas tias e avó maternas, depois a vida recomeçou. Mas toda essa infância me parece atravessar apenas um longo inverno. É um inverno soturno de chuvas e de vento, de neves na montanha, de histórias de terror, contadas à luz da candeia no negrume da cozinha, assombrada de tempestade. Até que um dia um tio de minha mãe, que era padre na aldeia, se pôs o problema de eu não ser talvez estúpido. E imediatamente se empolgou para me consagrar ao Altíssimo. E para me ir desbravando a alma, juntamente com a doutrina, atacou-me a memória com o latinório todo da missa. Aprendi-o sem falhas, ia eu nos seis anos. E quando aos sete o fui ver esticado na cama, a face toda negra, e me obrigaram a beijar-lhe a mão morta, já tinha o destino talhado para o Senhor. Minhas tias apoderaram-se logo de mim, negligenciando um pouco os meus irmãos, e sufocaram-me de religião. Na instrução primária cumpri. Deus mostrava à evidência que me chamava ao seu serviço. Era forte em contas, mais atrapalhado em História, de qualquer modo, os desígnios de Deus eram evidentes. E assim, para se cumprir a sua vontade, parti. Ficava à distância de um dia de comboio, o Seminário. Saio na estação ao anoitecer, há uma multidão de seminaristas à minha volta, todos vestidos de preto. Estou entre eles, não conheço ninguém. Avançamos pelo escuro estrada fora, no tropear confuso de uma enorme massa negra. O Seminário espera-nos numa curva da estrada. É um casarão enorme, olho-o do fundo do meu pavor. Há outono à minha volta, respiro-o agora em todo esse passado morto, nos castanheiros a desfolharem-se na cerca, no espaço dos salões, nos longos corredores ermos, nos ângulos cruzados pelos espetros perfeitos. Mas seis anos depois, levantado de heroísmo, saí. Fiz o liceu, entrei na Universidade. Mas não o fiz assim em três palavras como o faço aqui. Meu irmão corpo. Como foi difícil acomodarmo-nos um ao outro. A vida que me coube não a pude utilizar toda. Numa fração dela acumulei assim aquilo com que se realiza - o sonho, o trabalho, a alegria.
E eis que se me levantam os sete anos de Coimbra. Sombrios, longos, penosos. Mas o que acede desse tempo à evocação tem apenas o halo de uma balada. Ruas da Alta, e a Torre, e o plácido rio do alto da Universidade, e os mestres que eu julgava um prodígio da Natureza, quando cheguei à cidade, e fiquei a julgar também, a vários deles, quando saí, mas com outro sinal, e a praxe estúpida, e os namoros estúpidos, e a descoberta, enfim, da literatura, que só então descobri, embora trabalhasse há muito o verso com obstinação, e as tertúlias, as rixas, o próprio futebol, as próprias desgraças físicas - tudo me ressoa agora a uma toada de legenda. Da festa juvenil, como da festa literária eu só conhecia as margens do rumor que transbordava da alegria dos outros. Isso basta, porém, a que a legenda se me levante e o seu eco me ondeie ao espaço da evocação. Assim Coimbra, só no ressoar do seu nome tem já um timbre de guitarra. Música de miséria, não é nela que eu a ouço, mas no passado que a transcende e é da memória inatingível, da memória absoluta. Coimbra da saudade difícil, Coimbra de sempre e de nunca. Comigo a levei, longo tempo me acompanhou, presente, obsessiva. Mas havia tanta coisa ainda à minha espera. Faro do ar marinho, da laguna das águas mortas, Bragança das invernias, Évora, Lisboa. Professor sou-o por fatalidade. Mas alguma coisa se me impõe na avidez dos alunos que me escutam, na necessidade de responder à sua descoberta do Mundo - e assim me invento o professor que não sou, e eles imaginam em verdade o que é em mim só ficção. Mas dos centros de irradiação da minha atividade, apenas Évora transbordou de emoção para a lembrança. E como a Coimbra, é de novo a música, agora o coral dos camponeses, que a levanta ao espaço da minha comoção. Ouço-o ainda agora, a esse coro de amargura, raiado à infinidade da planície. Évora do silêncio com sinos nas manhãs de domingo, estradas abandonadas à vertigem da distância, ó cidade irreal, cidade única, memória perdida de mim. Sou do Alentejo como da serra onde nasci, a mesma voz de uma e outra ressoa em mim a espaço, a angústia e solidão. 
E a minha biografia deve ter findado aqui. Lisboa é um sítio onde se está, não um lugar onde se vive. Mesmo que se lá viva há 18 anos como eu. Eu o disse, aliás, a alguém, na iminência de vir: quando for para Lisboa, levo a província comigo e instalo-me nela. E assim se fez. Os livros que aqui escrevi são afinal da província donde sou. Terrorismo do trânsito, das relações pessoais, da luta em febre pela glória por que se luta ou do ódio surdo pela que calhou aos outros, terrorismo das distâncias, das relações humanas ao telefone, das cartas que nos escrevemos para de uma rua a outra ao pé, da cultura tratada a uísque nos salões do mundanismo, da individualidade perdida, da vida massificada. Vejo-me numa enfermaria do hospital, acordando estranhamente de não sei que tempo de inconsciência, com vários médicos conversando entre si e sobre mim. Pergunto de que se trata, porque estou ali. «Foste atropelado» - diz-me o meu filho, que é um dos médicos. Tenho fratura do crânio, várias contusões pelo corpo. Lisboa, selvagem, cidade bonita na claridade dos prédios, no rio das descobertas, no aéreo das colinas, meu veneno e minha sedução. Fui atropelado. Mas é talvez justo que o fosse. Porque eu não sou daqui.   
                                                                                                                                              maio  1977


Godinho, Helder e Ferreira, Serafim (organização), Vergílio Ferreira - fotobiografia, Bertrand Editora, outubro de 1993.




Bibliografia ativa na biblioteca:

Manhã submersa (romance) 1954
A aparição (romance) 1959
Cântico final (romance) 1960
Contos (1976)
Para sempre (romance) 1983
A estrela (conto) 1987



Bibliografia passiva na biblioteca:

BORREGANA, António Afonso Aparição de Vergílio Ferreira : o texto em análise. 1a ed. Lisboa : Texto, 1998. 62  p. ISBN 972-47-1188-9

PINA, Julieta Moreno Para uma leitura de Aparição de Vergílio Ferreira : romance-ensaio ou romance-problema. 2a ed. Lisboa : Presença, 1997. 81 p. ISBN 972-231-933-7









terça-feira, 12 de junho de 2012

CONCURSO INTER-TURMAS


"EU JÁ LI. E TU?"

EDIÇÃO 2011/2012
 



O concurso “Eu já li. E tu?” foi concebido para a aplicação do Plano Nacional de Leitura, na nossa escola. Com esta proposta, pretendeu-se que fossem os próprios alunos, devidamente orientados com um guião adaptável a todas as obras, a conceber exercícios autocorretivos de verificação de leitura. Para tal, procedeu-se da seguinte forma:

·        Cada turma foi subdividida em 7 grupos.
·        Cada grupo, de aproximadamente 4 alunos, teve o seu livro para ler.
·        Os alunos escolheram o grupo a que queriam pertencer, em função do livro/género (aventuras, policial, diário, dramático, entre outros) que pretendiam ler.
·        Cada grupo de alunos organizou um conjunto de perguntas sobre o livro que leu, respeitando o guião dado pelo professor.
·        Os exercícios foram concebidos em função da sua transposição para as ferramentas do programa Hotpotatoes., ie. - escolha múltipla – resposta simples; exercícios de correspondências; preenchimento de espaços.
·        O conjunto de exercícios elaborados por cada grupo foi concebido para ter a mesma duração.
·        Foi criada uma disciplina para o concurso, na plataforma MOODLE, onde cada turma envolvida tinha os seus exercícios.
·        O concurso inter-turmas realizou-se, durante a aula de Língua Portuguesa, nos computadores da BE. 
·        A turma vencedora foi aquela cujos alunos responderam corretamente ao maior número de perguntas.











CLASSIFICAÇÕES

EDIÇÃO 2011/2012
 




segunda-feira, 11 de junho de 2012

TOP LEITORES DE MAIO








terça-feira, 5 de junho de 2012

1- Filosofia. Psicologia

1- Consulta os recursos em linha através da ferramenta de marcadores sociais DIIGO)

FILOSOFIA

Consciência - Filosofia e Ciências Humanas: espaço virtual de estudo
Crítica na rede - Revista filosófica que aposta em artigos e livros introdutórios
David Hume - Vida e pensamento
Descartes - Vida e pensamento (em inglês)
Dicionário Escolar de Filosofia - Plátano Editora
Dúvida Metódica - Blog de filosofia muito útil para alunos do 10º e 11º anos.
Enciclopédia Filosófica - Standford Encyclopedia of Philosophy (em inglês)
Freud Museum Site dedicado a Sigmund Freud (em inglês)
Filosofia Portuguesa
Hegel - Época, vida e obras
Internet Encyclopedia of Philosophy
John Locke - Biografia
John Stuart Mill - Vida e obras
Lusosofia - Biblioteca on-line de filosofia: autores e textos; teses e dissertações; artigos)
Navegando na Filosofia - Recursos didácticos: conceitos, testes, história, bibliografia,...
Platão - Vida e pensamento platónico
Sartre - Vida, época, filosofia e obras
S.Tomás de Aquino - Biografia, filosofia e pensamento
Thomas Kuhn - Pensamento de Kuhn


PSICOLOGIA

Freud - Biografia e pensamento; Museu de Freud (em inglês)
Herzberg - Teoria dos dois factores
Jean Piaget Society (em inglês)
Pavlov - Biografia e pensamento (em inglês)